Nas Conferências da Lusófona onde estive a semana passada, um dos temas mais falados foi precisamente o Star Tracker – o portal do talento português, fundado pelo Tiago Forjaz e seus parceiros de empreendedorismo.
A certa altura, quando se referiu que o Star Tracker era exclusivamente dedicado ao talento português, gerou-se um grande burburinho na sala…
… o que não é de espantar, tendo em conta que grande parte dos alunos da Lusófona são oriundos de países de língua portuguesa como Angola, Cabo Verde, Moçambique, Guiné ou Brasil. Qual não foi a surpresa deles ao saberem que só poderiam aceder ao Star Tracker se tivessem, no mínimo, dupla nacionalidade, podendo ostentar assim o “rótulo da portugalidade”!
Confesso que compreendi perfeitamente o incómodo gerado na sala, ao sentir a frustração latente de tantos jovens talentos (que pensam e falam em português), que, mesmo querendo, não se poderiam juntar ao “mundo Star Tracker”…
Tenho orgulho em ser um dos membros fundadores do Star Tracker, e de ter participado entusiasticamente no seu crescimento e dinamização. Tenho pensado e participado na discussão sobre o seu futuro – cf. o meu post “Star Tracking – que futuro?” -, e sou acérrimo defensor dos seus princípios fundacionais e distintivos.
Estes princípios, tão amplamente debatidos, especialmente após o evento do Campo Pequeno, têm sido alvo de forte reflexão e polémica, especialmente apimentada pelas intervenções desassombradas e intelectualmente provocatórias do meu estimado Paulo Querido (um dos decanos da blogosfera, com um património de debates que lhe ganjeou até hoje um amplo número de fãs e de inimigos fidagais 😉 ).
Apesar de tal polémica, continuo convicto de que:
- O Star Tracker é imensamente inovador, por ser mais do que uma rede social, extravasando o seu conceito para algo maior: uma verdadeira comunidade;
- Para uma comunidade existir, têm de existir comunalidades fortes. No LinkedIn, por exemplo, a comunalidade limita-se ao interesse comum em usar uma montra de empregabilidade à escala global. E por aí se fica. Ficamos ligados e promovemo-nos e pronto. E já não é nada mau, meus amigos 🙂 !
- No Star Traker existe para além disso a paixão em português (seja lá o que isso for – é algo que se sente, não se racionaliza), e o sentido de pertença a um grupo exclusivo, especial (por isso a rede ser fechada e só crescer “por convite”).
Não me interessa se chamam aos seus membros presunçosos ou elitistas: o que é um facto indesmentível é que esta rede é pujante e viva, os seus elementos têm afinidades e interesses fortes, têm uma predisposição para efectivamente se ajudarem uns aos outros (eu já comprovei isso pessoalmente) e defendem-se acerrimamente uns aos outros (às vezes para lá do racional, como o Paulo Querido bem sabe 😉 ).
Assim, a verdade é que os princípios fundacionais funcionam!
Todavia, acho que o que está bem ainda pode evoluir, pelo que na conferência lancei um convite ao Alex (sócio do Tiago nesta aventura em rede), que estendo ao Tiago como um desafio: atrevam-se a repensar o âmbito da rede!
Em vez do Star Tracker se assumir como a “rede global do talento português”, porque não assumir-se como a “rede global do talento em português”?
Não amigos, não é semântica: é paixão mesmo 😉 !
Só quem não esteve ainda em Luanda, no Mindelo, na Praia ou em S. Paulo pode achar que somos apenas 15 milhões espalhados pelo Mundo… a verdade é que somos mais de 200 milhões, pois a nossa pátria é a língua portuguesa!
E o Tiago e o Alex sabem disso, certo? Tu, Tiago, nasceste na África do Sul. E tu, Alex, nasceste no Brasil…
Vamos a isso? 😉
Votos de boa reflexão 🙂